Banco de Multitecidos Humanos do Brasil

Hospital Universitário Evangélico Mackenzie

Banco de Tecidos Oculares (BTOC)

Iniciou sua operação em 2016 e tem como objetivo selecionar potenciais doadores, captar, processar, armazenar e disponibilizar para fins terapêuticos e/ou científicos tecidos de procedência humana.

O BTOC vem suprir uma carência importante no estado do Paraná, onde diversos pacientes tinham que migrar para outros estados por falta de córneas ou pela demora na fila de espera, trazendo um grande ganho social à população.

No Banco de Tecido Ocular Humano são realizados os serviços de triagem clínica e sorológica dos potenciais doadores de tecido ocular, garantindo a conservação e a qualidade do tecido para disponibilizá-lo à realização de cirurgia oftalmológica. Os transplantes obedecem à ordem da lista de espera da Central de Transplantes do Estado.

O globo ocular doado é avaliado em lâmpada de fenda.  Após o processamento das córneas e escleras, que é realizada em cabine de segurança biológica, os tecidos gerados são acondicionados em líquido de preservação específico e armazenados em refrigerador com controle de temperatura mantendo-a entre 2º e 8°C. As córneas têm validade de 14 dias e após a preservação, passam por uma avaliação em microscópio especular próprio do banco de tecidos. Já as escleras possuem validade de 3 meses.

Tecidos captados

  • Córneas: Restabelecer a visão tanto em tratamentos terapêuticos quanto em cirurgias emergenciais.
  • Esclera: Utilizadas em cirurgias de glaucoma e reconstruções com próteses, entre outros.

DÚVIDAS FREQUENTES

O primeiro passo importante para ser doador é avisar a família sobre o seu desejo de doar seus órgãos, pois são os seus familiares que autorizam a retirada para a doação.

Todas as pessoas com idade maior ou igual a 3 anos e menor ou igual a 70 anos podem ser doadoras, mediante uma avaliação após a constatação do óbito, exceto os portadores de doenças infecciosas ativas ou de câncer.

Quem teve morte por motivos desconhecidos, pessoas que contraíram sinais de infecções por AIDS, hepatites, infecções virais, bacterianas ou traumas no local da retirada entre outros.

A retirada da córnea deverá ser feita o mais breve possível, com limites máximos de até seis horas após a constatação do óbito.

Não, as córneas são retiradas segundo técnicas cirúrgicas que não deixam qualquer vestígio. A doação não modifica a aparência do doador.

A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho (para exemplificar, podemos compará-la ao vidro de um relógio ou a uma lente de contato). Se a córnea se opacifica (embaça) a pessoa pode ter a visão bastante reduzida ou, às vezes, até perder a visão.

Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea.

Não. Somente alguns tecidos oculares, como a córnea e a esclera, e células-tronco da córnea, podem ser utilizados com fins terapêuticos.

Não. No caso da doação de córnea, este tipo de procedimento não é realizado e não é permitido por lei.

Para fins terapêuticos (de recuperação dos pacientes inscritos em lista de espera). A córnea, a esclera (parte branca do olho) e as células-tronco da córnea podem ser utilizadas com finalidade terapêutica. Cada doador pode beneficiar vários pacientes, se, além das córneas, a esclera e as células-tronco forem utilizadas (o que é rotina nos Bancos de Olhos).

Os tecidos que, por algum motivo, não puderem ser utilizados em cirurgias, serão utilizados em pesquisas (aprovadas por Comissão de Ética) ou ensino.

Os tecidos oculares doados jamais são desprezados. Todos têm uma finalidade.

Sim. Aplicar solução fisiológica no globo ocular e manter as pálpebras bem fechadas.

Não há riscos de transmissão de doenças, pois os Bancos de Olhos cumprem "Normas Médicas Internacionais" e, no Brasil, "Normas Técnicas para o Funcionamento dos Bancos de Olhos" - da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, Ministério da Saúde -, que garantem o correto controle de qualidade com relação aos tecidos oculares doados.